Quem sou eu

Minha foto
Belo Horizonte, MG, Brazil
Sou uma pessoa simples, que fez da música a razão de viver.

quarta-feira, 10 de março de 2021

Quarto Capítulo

 

Eu sempre fui muito determinada em tudo o que eu pensava querer da vida e lutava por meus ideais e foi assim que comecei a construir ali uma nova vida. 

Mas, ao se estabelecerem em uma nova cidade, minha mãe exigiu que eu largasse tudo e fosse morar com eles.    A tristeza me abateu muito, mas eu devia obediência por ser de menor idade e assim, comecei uma nova etapa da vida. 

 

Mamãe então, começa a me dizer para ir morar com eles.   Apesar da minha tentativa de explicar que eu estava bem, me esforçando para vencer aquela etapa da vida, nada adiantou, ela dizia que eu era menor de idade e deveria ficar em casa dos pais.  Tentei o argumento que eu estava estudando e precisaria chegar, pelo menos  até o final do ano, aí poderia me transferir para onde eles estavam.

E foi tanto falatório que eu acabei deixando tudo pra tras e voltando a viver com eles em Itabira.

Muito contrariada, parecia que o mundo tinha acabado para mim, me fechei num quarto emburrada e não chegava nem na porta da casa.

Mamãe queria falar sobre mim com as vizinhas, mas eu não aparecia.

Mas como a história tinha que continuar, um mês depois, saí para procurar um emprego.  

Acabei achando um escritório de contabilidade e fui contratada.

Seu Barão, o dono do escritório, era um velho simpático, muito amável, com quem me dei muito bem.  Tinha lá seus quase setenta anos, cheio de filhos e netos, mas trabalhava muito bem ainda.

Contava meus quase dezesseis anos anos quando minha vida começou naquela cidade desconhecida e que, a princípio não gostara, mas arranjei aquele emprego e estava disposta a seguir a vida. 

 

A primeira vez que fui a Itabira, viajava a  meu lado um rapaz, a quem perguntei se conhecia o endereço para onde eu deveria ir.   Ele se prontificou a me levar até lá, dizendo que morava por perto.   Eustáquio Félix foi meu primeiro amigo naquela cidade.  Mais tarde, tornou-se o maior colunista social, conferindo a mim um troféu “Cecília Meireles”, pelo meu primeiro livro.  Nunca nos perdemos de vista.   Dois de seus irmãos foram meus alunos de acordeon.

 

Na adolescência, começaram as histórias conturbadas, as experiências nem sempre felizes e um tumulto de acontecimentos entre alegrias, dores, dissabores extremos e grandes aprendizados.  Parecia que a vida tinha pressa em me ensinar o que eu tinha que fazer.

O certo é que não tive uma base de aprendizado para enfrentar essa fase da vida, tudo acontecia muito rápido.   

Minha emoção maior e desejo de seguir a vida se baseava sempre na música, dom maior que Deus me deu nesta existência.

Lá, onde morava com aqueles parentes, vivia da música.  Meu instrumento era o acordeon que ensinava a quantos podia.    De volta ao convívio com meus pais, procurei colocar em prática  o que sabia e assim, entre pequenas desarmonias familiares e a alegria da música, fui caminhando na vida.

Comecei a trabalhar como auxiliar em um escritório de contabilidade, para ocupar parte do meu tempo e não ficar em casa, era um lar que não  me cabia, eu me sentia uma estranha naquela família.   

 

Nenhum comentário: