Uma grande reviravolta na vida e fomos morar em um sítio distante da cidade. Eu aprendera a dirigir carros e a conduzir a nossa vida com coragem e muito trabalho.
Alguns anos de trabalho em que eu aprendera a comandar tudo o que a vida me apresentava. Um coisa é certa, eu sempre me adaptei a tudo o que a vida me apresentava, se tive que dar uma guinada na vida, eu ia aceitar aprender o novo e assim foi. Em raros momentos, eu contava minhas mágoas ao velho acordeon, me deleitando com os sons que conseguia tirar dele. Algumas vezes, procurava um local à beira de um lago, ali sentada com o acordeon, passava um tempo tocando e cantando sozinha, para espantar as mágoas que iam aparecendo.
Tivera dois filhos, até ali, mas o segundo, Deus levou com menos de dois anos, deixando um vazio enorme em meu coração. Foi difícil suportar, depois de vê-lo correndo pela casa, falando o tempo todo e, de repente adoecer, sofrer tanto e morrer daquela forma.
A tristeza e saudade machucavam demais meu coração, tão jovem ainda, com apenas vinte e dois anos de idade. Mas ainda tinha um filhinho para cuidar e a vida de muita gente para tocar em frente.
A vida no sítio
era um progresso total, muito trabalho e até contratamos um veterinário que
visitava tudo uma vez por semana e com ele fui aprendendo a lidar com tudo, até
com os humanos, nossos agregados. Nessa
altura, eu tinha uma sala ao lado da casa, onde funcionava uma farmácia e
enfermaria. O sítio ia ficando povoado,
eram oito famílias morando e trabalhando lá.
Crianças começavam a aparecer e eu gostava de participar da vida daquelas pessoas. Me reunia com todos e orientava naquilo que eu já aprendera da vida.